Tem cartão Fnac?

Muito interessante. Muito interessante o repto lançado pelo rui e acompanhado pelo villas.
O meu contributo a este tema, para uma lógica de continuidade, não se vai insurgir, para já pelo menos, no ataque ao modelo Económico e Urbano do Shopping, mas antes a este abalo Social.

Seremos nós eternos Domingueiros? Domigueiros sete dias por semana quer faça chuva quer faça sol?
Ou somos Domingueiros reprimidos? Que mal a primeira pinga de chuva toca no alcatrão, já o shopping tá a abarrotar e o parque de estacionamento a cheirar a gasolina e a rissois de carne?

Seja qual for a gravidade com que esta doença se manifesta em cada um de nós, a verdade é que este vírus tem vindo a evoluir e a alastrar. O próprio utilizador do shopping já não compra. Vai passear. Picnic no parque de estacionamento e depois bora lá soltar uns gases e uns arrotos por ruas e praças cobertas...
Acho que há umas questões de base neste cenário. Primeiro as pessoas já não conseguem estar sozinhas. E paradas é que não! Temos que estar sempre a ir para algum lado. Tipo funcionário público com uma pastinha debaixo do braço para disfarçar
-"Que estás a fazer?"
-"Ah, vou ali ver uma coisa..."
E o shopping para isto é perfeito.Um constante zapping. Uma eterna rotunda. Um carrócel de estímulos.
Será que estes comentários não passam de lugares-comuns? É provável que sim. Mas o incomum é estes lugares levarem-nos a algum lado.
Porque há quem use o shopping e quem é usado.
Quem lá vai em busca de um determinado serviço que cumpre um objectivo,pe. o clássico abastecimento da garrafeira pré jantarada! E depois aqueles que vão lá dar um cheirinho de alienação. O tal zapping sem o desconforto de ter que utilizar um comando. O zapping de mãos na algibeira! Preocupa-me viver numa cidade que desejamos cosmopolita ,em que "ir ao shopping" seja uma rotina cultural... Será que por essa Europa fora, este fenómeno de ir exclusivamente ao shopping tem a mesma força??? Será que usam o modelo que nós aqui tanto insistimos,o shopping de periferia, usado como foco polarizador e criador de novos centros? Com isto, que futuro?
Inseri-los no centro da cidade? Oferecer novos locais de estacionamento? Sanar enclaves sociais? Fundi-los na malha urbana? Conversa de meninos. Na minha opinião, ele há coisas bem mais importantes para aqui serem discutidas.
O que eu não quero, é ter que me cansar a andar a pé.
Hipótese1: deixar entrar com o carro dentro do shopping e andar lá às voltinhas. Não há o stress de ter que estacionar o carro e também podem instalar umas estações de serviço dentro do shopping, e fazem mais uns euros com o combustível.
Hipótese2:com isto do ambientalismo e as ecologias na moda há uma segunda hipótese que traz benifícios mediáticos e no impacto da opinião pública. Quem nunca sentiu inveja daquelas criancinhas que vão nos carrinhos da Olá descansadinhos da vida a meter-se com toda a gente? Imaginem só, a versão adulto. Um carrinho impecável, de 1 2 ou 4 lugares, com pousa-copos e cinzeiro, movido não a GPL mas a GMB, a Gaja Mesmo Boa! AH...Por mim podia chover todos os dias. Quem não quisesse ser empurrado e ter que ver a GMB pelo retrovisor, só tinha que escolher o model Romano, com diversas quadrigas à sua escolha. Neste caso seria um monolugar, puxado a 1 2 ou 4 GMBs. O uso de chicote seria negociado com a operadora. Óbvio.
Imaginem o franchise deste produto pa Amsterdão ou Ibiza!

Ps: Se a Fnac aderisse, tinha os cartões que eles quisessem!